Os 8 "angas" de Patanjali

 

        Para se atingir o caminho de felicidade, liberdade e bem estar propiciado pelo estado de Yoga (união corpo - mente - espírito), se faz necessária a prática persistente (abhyasa)  e o desapego às causas de desejos (vayraga). Na obra “Yoga Sutras” de Pantajali (séc. III a.C.), o Yoga é apresentado em oito instrumentos ou passos, que vão partindo dos aspetos externos (desde Yama) aos mais internos (até Samadhi).

 

        As etapas são: 

YAMA - restrições voltadas a impedir práticas prejudiciais;

NIYAMA - prescrições motivadoras de práticas causadoras de benefícios;

ASANA - posturas em condições estáveis e confortáveis;

PRANAYAMA - controle e superação da necessidade respiratória;

PRATYAHARA - identificação e afastamento das manifestações sensoriais;

DHARANA - concentração da mente sobre um objeto;

DHYANA – meditação; e

SAMADHI – estado de identificação, união.

 

       Yoga é assim tanto o objetivo final como a indicação do seguinte processo:

 

       Em yama e em niyama há o reconhecimento de nossos hábitos e padrões; em asana, há superação das tensões e adequação corporal; em pranayama, há o reconhecimento  e extensão da energia vital; em pratyahara há superação das  percepções exteriores; em dharana obtém-se o direcionamento da mente sobre um único foco; e em dhyana há superação de todas as distrações externas com o foco na lucidez sobre um ponto observado com completa isenção. Isso nos leva a samadhi,  estado de êxtase no qual a consciência se projeta e se funde ao Todo, tornando-se temporariamente una com todo o Universo, com Deus, liberando-se do conceito de tempo, espaço e forma, com a sensação de completa compreensão da Verdadeira Realidade.

 

          Os passos podem ser melhor compreendidos com uma representação:

          Aqui temos o  Yoga e seus passos representados por uma árvore na qual as raízes e o tronco são as disciplinas éticas, “Yama” e “Niyama”, os ramos correspondem aos “Asanas” que sustentam as folhas, “Pranayama”. O córtex, isolando o caule do exterior é “Pratyahara”, que permite que “Dharana”, aqui a seiva, leve a germinar as flores, “Dhyana”, culminando com os frutos “Samadhi”.